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Livro "Reflexões Sobre a Música Gospel Brasileira: Um Olhar Crítico", de José Ruy P. de Castro

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José Ruy Pimentel de Castro, ou Zé Ruy, é vice-presidente do Instituto Política Global, professor, músico, cantor, compositor e poeta. É bacharel em Relações Internacionais pela UVV, licenciado pleno em Letras-Inglês pela UFES e mestrando em Relações Internacionais pela UNLP (Universidad Nacional de La Plata/Argentina). Autor do livro de poesias "Tricotomo", pela CBJE, e do livro "Reflexões Sobre a Música Gospel Brasileira: Um Olhar Crítico", pela Oxigênio Books em parceria com a Arte Editorial. Seu nome artístico em suas obras musicais é Zé Ruy e sua última obra foi lançada em 2008 intitulada "Será Que Existe Alguém Pra Nos Salvar?". O artista faz parte do cast da gravadora Oxigênio Records.

sábado, 3 de abril de 2010

O EVANGELHO DA APARÊNCIA

- Sobre o evangelho capenga das canções -

- Publicado na Revista Comunhão e no portal GospelMais -

Logo que vi a notícia no ar, fiquei pasmo. Não quis acreditar no que vi. No ímpeto do choque corri para o computador a fim de checar a informação na internet e constatei, pelo site G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL24731-5598,00.html. Acesso no dia 24 de Abril de 2007), que ela era verdadeira... e que era eu quem não estava conseguindo acreditar no que lia. A reportagem trata a respeito de um grupo de religiosos no sul do país que quer mudar o nome Garganta do Diabo de uma das quedas das Cataratas do Iguaçu. Vemos, assim, a “objetividade” do Evangelho no Brasil, que produz fatos e lendas (muitas vezes, é verdade) de crentes jogando óleo de helicópteros a fim de ungir cidades, querendo “converter” o Carnaval e, agora, querendo rebatizar uma das quedas das Cataratas do Iguaçu.

 

Chego à conclusão de que, por mais forte que sejamos ou viéssemos a ser, a nossa força está sendo empregada de forma errada! De que adianta nossa força se o objetivo no qual ela é empregada é tão difuso e intangível. Se você discorda de mim, me diga quais serão os frutos palpáveis de se mudar o nome da queda d’água em questão que não seja formada apenas por conjecturas religiosas!

 

Muito me admira o Evangelho de aparências que a Igreja brasileira está vivendo. Enquanto queremos ser reconhecidos como grupo religioso, político, ideológico forte através de ações de visibilidade como esta, nossos líderes viajam com dólares escondidos, participam de corrupção e lavam dinheiro. É o “faça o que digo, mas não faça o que faço”; é querer investir em coisas que nos trazem renome e pompa, ao invés de investir em algo que talvez não traga visibilidade, mas seja bem mais efetivo. Por qual razão esses religiosos não se reuniram a fim de propor uma ação social conjunta, ao invés de propor algo tão tolo e efêmero como a troca de nome da Garganta do Diabo? Tenho certeza absoluta que o amor de Deus seria propagado bem melhor daquela do que desta forma.

 

Por qual razão temos tanta facilidade de nos juntarmos diante de questões desse quilate e tanta dificuldade de nos mobilizarmos em elaborar estratégias para nossas Igrejas? Por que é tão fácil nos reunirmos num churrasco de fim de semana com os irmãos, mas tão difícil de nos reunirmos para um culto de doutrina? Por que é tão fácil nos reunirmos para um retiro, mas tão difícil nos juntarmos para sair e evangelizar em grupo?

 

É necessário que façamos uma revisão em nossos conceitos, igreja do Senhor. Enquanto vidas sem Cristo estão a perecer, estamos querendo trocar nome de cataratas, construir templos faraônicos e colocar o nome de Deus em bandeiras de nossos Estados. Que esse texto tão forte possa servir para desperta-lo como parte importante da Igreja de Cristo, capaz de mudar a história do Brasil com ações mais efetivas e poderosas do que as que geralmente praticamos.

 

A paz do Senhor.

 

José Ruy P. de Castro (ou Zé Ruy)

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